quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A MELHOR DESCOBERTA

Eu pensei que sabia como me sentir quando me falavam:''Sabe quando você se sente nas nuvens, fica sem conseguir respirar direito e passa mal?''. Eu imaginava que sentia aquilo. Felizmente, eu estava enganado.
Tudo começou em 2006. Tinha acabado de entrar no primeiro ano, em uma nova escola, que tinha muitas pessoas que eu já conhecia. Até aí tudo bem, até que chegou a hora de escolher o esporte que eu iria praticar na aula de Educação Física. Dois prenderam a minha atenção: Basquete e Handebol. Nos dois, eu já tinha conseguido conquistar competições. Eu era conhecido. Mas alguma coisa me fez optar por Basquete. Ainda bem. Na primeira aula, metade da turma eu já conhecia, jogaram comigo antes. Isso me fez formar o primeiro time só com eles. O outro time possuía quase que totalmente os ''veteranos'' da escola, o pessoal que estudava lá há mais tempo, porém na mesma série que eu.
Eu estava confiante. Sabia que ia dar certo. Conversando com meus amigos, avaliamos o time adversário. Tinha gente que parecia que jogava muito bem, bem mesmo, mas uma menina me chamou a atenção. Ela não tinha altura para jogar basquete. O que fazia ali então? Sempre sorridente, na hora de jogar a bola pro ar eu vi a mudança de fisionomia. Ela se tornou séria, extremamente focada no jogo. A garra e a força que ela tinha pra jogar me deixou impressionado. Dentro do jogo, ela não dizia nada. Fora, conversava facilmente. Sem nenhuma palavra melhor pra descrever, fiquei ''encucado'' com ela.
Foi assim o ano todo, eu só a via nas aulas de basquete, e a cada dia ela me impressionava mais e mais. Se você for um homem, essa é a hora de perguntar:''Ela era bonita?''. E eu respondo que sim, ela era bonita. Uma beleza fora do comum. Sem maquiagem ou qualquer outro tipo de esconderijo, ela esbanjava beleza ao natural, sem uma pontinha de indústria.
2007 chegou, e o segundo ano também. Alunos novos, professores novos. E dessa vez, ela estava lá, na minha sala, á meia dúzia de carteiras de distância. Continuamos no basquete, trocando míseras sílabas entre uma aula e outra. Mais alguns meses assim e finalmente conversamos mais que duas ou três palavras. Ela que começou, eu sempre fui muito tímido. Depois desse momento, passamos a conversar sempre. Sobre os mais diversos assuntos. Descobri muita coisa dela, ela descobriu muita coisa sobre mim. No segundo semestre, ela me ''adota'' como filho. O único filho dela. Na brincadeira, eu começo a chamá-la de mãe. Até que percebi que ela daria uma ótima mãe.
O ano acabou, e com isso eu fui passar as férias na fazenda da minha família. Á duas semanas do Natal, eu não conseguia dormir direito. Aquilo me estranhou, pois lá eu sempre durmo bem. Eu não dormia direito porque sempre acabava levando meus pensamentos a uma pessoa em especial: ela. Foi quando eu percebi que estava gostando dela.
O Natal chegou, e eu estava sentindo um vazio no meu peito. Um vazio que doía, apertava. Era ela. Eu já tinha sido contagiado. A fazenda, que desde que eu nasci tinha sido meu ligar preferido pra passar as férias, já não importava mais. Eu queria voltar pra Brasília, queria ver ela.
Briguei demais com meus pais. Eles, querendo que eu ficasse pra não magoar meus avós, e eu, querendo voltar á qualquer custo. Não consegui. Na hora de ver a família de São Paulo, resolvi me separar deles e ir para Ribeirão Preto com a minha avó. Melhor, pois lá eu conseguia me isolar e ficar a sós com meus pensamentos, tentando descobrir o que era isso que eu estava sentindo.
Finalmente, no começo de janeiro eu voltei pra Brasília. Dei graças a Deus por ter ficado de recuperação, senão eu ficaria de férias até o começo de fevereiro. Sabendo que ela não tinha ficado de recuperação, pois sempre tirou notas exmplares, eu pelo menos tinha a certeza de que estava perto dela, e que a veria de novo no começo do ano letivo. Pra minha surpresa, ela apareceu antes. Percebi que meu olhar pra ela era diferente. Num ato de extrema coragem, consegui o telefone dela. Eu imaginava que ia usar para algum dia eu poder me declarar.
O terceiro ano começou. Ela não estava mais na minha sala. No começo, senti muita falta dela, me sentia perdido. Somente meus dois melhores amigos sabiam que eu gostava dela. Até que chegou o momento. Me declarei.
Ela achou que era brincadeira, mas depois percebeu que eu estava falando sério. Foi o momento de maior coragem da minha vida. Eu tinha conseguido falar. Mas tomei um não.
Nesse momento, perdi mais ainda o rumo. Nunca tinha gostado tanto de alguém, nunca tinha me declarado a alguém e, quando consigo, recebo um não como resposta. Tentei desistir, mas ela não saía da minha cabeça. Agindo como um imbecil para muitos, eu continuei.
Convivendo com ela, comecei a notar o quanto ela era especial pra mim, o quanto eu me importava com ela, o quanto eu queria um simples sim, pra que eu pudesse tornar ela a mulher mais feliz do mundo.
Nos momentos difíceis, ela estava lá, sempre do meu lado, me apoiando e me dando carinho. Os alegres ela fazia sozinha.
Brigamos muito, mas também rimos muito juntos. Eu ainda não consegui o sim, e em dezembro completa um ano que eu percebi que gostava dela.

Amadureci muito nesse tempo, e eu sei que ela também. Agora, ela sabe mais sobre mim do que minha própria família, e ela tem minha total confiança. Em agosto eu notei uma coisa que mudou completamente minha vida: eu morreria por ela. Não morreria pelos meus amigos, nem por minha família. Mas por ela sim, sem pensar duas vezes.
A cada dia que passa, eu amo mais ela. Pode parecer precoce demais para alguém que tem 18 anos, mas eu quero casar com ela. Passar toda a minha vida com ela. Lutar pra fazer ela sorrir a cada dia das nossas vidas. Se você acha isso bobo, você nunca amou. Ou não amou como eu estou amando agora.
Ás vezes assusto ela com a excelente memória que eu tenho para lembrar coisas que ela me diz. E ela me assusta com a facilidade que tem para descobrir sobre mim, usando por base apenas minha voz e meu olhar. Ela é mais que uma melhor amiga, ela está no topo, sozinha, numa área recém aberta no meu coração: AMOR.
Ela me fez despertar coisas que eu nunca tinha percebido. Por ser minha confidente, ela sabe o que está se passando, e sempre me ajuda a conseguir meus objetivos. Melhorei minhas notas, pra mostrar pra ela que eu não seria um marido vagabundo, um pai desnaturado. Mudei meu jeito de ser, conheci boa parte da família dela. Espero algum dia conhecer o restante.
Faltam dois dias pro aniversário de 18 anos dela. Eu quero e vou ser o primeiro a dar os parabéns. E vou tentar dar o melhor presente. Eu sou doido por ela.
O ano está acabando. No começo dele, eu queria voltar a morar em São Paulo. Agora já não quero mais. Quero ficar em Brasília, perto dela. Vou continuar tentando conquistá-la, mais loucuras estão por vir. Só espero que algum dia elas cheguem a dar certo. É o que eu mais quero. Quero namorá-la, quero chamá-la de minha namorada, minha noiva, minha esposa, meu amor. Nunca estive tão convicto de algo.
Ela conseguiu ficar acima das minhas antigas paixões: jornalismo e videogames. Agora é só ela, para minha vida toda. Se eu conseguir conquistá-la hoje, tudo bem. Se isso for daqui a duzentos anos, não me importo. Não me importo mais comigo, me importo agora é com ela.



Meu amor,
Obrigado por aparecer na minha vida,
Por me fazer sorrir todos os dias,
Por existir.